O deputado federal Rogério Peninha Mendonça
(PMDB/SC) apresentou, nessa quinta-feira (19), projeto de lei que prevê
regulamentar a aquisição e circulação de armas de fogo no país. O PL 3722/2012
revoga a lei atual, popularmente conhecida como “Estatuto do
Desarmamento”. Extenso e cujos termos demonstram uma profunda análise
técnica da matéria, o projeto estabelece uma nova sistemática
regulatória para armas na sociedade brasileira, alinhada à realidade e,
sobretudo, ao resultado do Referendo de 2005, quando 60 milhões de
eleitores rejeitaram a ideia de se extinguir o comércio de armas e
munições no Brasil.
Pela
proposta, ainda que se prestigie a opção popular pelo acesso legal às
armas, mantém-se um rígido controle do estado sobre sua comercialização,
posse e, especialmente, porte. Além disso, o sistema de regulação é
ampliado, preservando o controle central com a Polícia Federal, mas
atribuindo às polícias estaduais atuar em conjunto no Sistema Nacional
de Armas – SINARM.
O
texto ainda traz para a própria lei a regulamentação de matérias que
hoje se encontram esparsas, a exemplo das atividades dos atletas do tiro
desportivo e dos colecionadores, categorias que, por desconhecimento ou
preconceito, muito sofrem com um estigma injustamente sobre elas
lançado. A proposta garante o exercício racional dessas atividades e as
reconhece como verdadeiramente são, isto é, prática esportiva e
preservação histórica.
Autor
da proposta, o Deputado Peninha explica que sua elaboração partiu do
clamor popular. “Minha atividade parlamentar se caracteriza pelo
contínuo contato com a população, pessoalmente e nas redes sociais, onde
a insatisfação com a lei atual é muito forte e de onde partiram pedidos
sucessivos para que fosse mudada. A proposta que apresentei é fruto
disso e tem como objetivo aliar a vontade popular ao controle efetivo e
racional das armas pelo Estado”, afirma.
Para
o deputado, “desde o resultado do referendo de 2005, o Estatuto do
Desarmamento perdeu o sentido, pois todos os seus termos partiam da
ideia da proibição do comércio de armas no país, e como a maioria
esmagadora da população reprovou essa ideia, a lei acabou se
distanciando da realidade”, pontua. “Além disso, se olharmos as
estatísticas desde 2003, quando a lei atual entrou em vigor, vemos que
ela não conseguiu reduzir as mortes e muito menos a criminalidade no
país, sendo necessário se pensar em um modelo novo, a exemplo do que vêm
fazendo os países com maior sucesso na redução da violência”, conclui o
parlamentar.
Um dos maiores críticos da atual legislação, Bene Barbosa, presidente da ONG Movimento Viva Brasil,
comemorou a apresentação do projeto. “O que temos assistido nos últimos
anos é a insistência em manter uma legislação feita de afogadilho,
baseada no falso clamor popular de que o desarmamento era um desejo da
população. O novo projeto de lei trará enormes benefícios para segurança
pública e para a garantia do direito à legítima defesa do cidadão
brasileiro”, afirma.
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